19 março, 2006

Filmes: Oscar

Fui ver os outros três filmes indicados ao Oscar que faltavam. A academia simplesmente escolheu o tema que achou mais apropriado esse ano. Não se importou nenhum pouco com qualidade ou relevância do filme. Pense bem, qual desses filmes será lembrado daqui a 20 anos?

Crash (Crash – No Limite)

"Me enganaram". Foi o que eu pensei quando sai do cinema. Paul Haggins queria fazer um filme sobre preconceito, mas acabou fazendo um filme sobre muitas situações forçadas que arranham o assunto. Depois da primeira metade, quando você é forçado a assistir a típica "preparação para algo maior", a única diversão é tentar adivinhar quem vai esbarrar em quem. Os personagens não importam, não foi construida uma relação entre eles e o espectador, são muitos e com muito pouco tempo de tela.

Já vi compararem o filme com "Magnólia". Absurdo! Blasfêmia! "Magnólia" é envolvente, comove, tem muitos personagens e tramas, mas não demais. E sapos são bem mais legais do que neve.


Good Night and Good Luck
(Boa Noite E Boa Sorte)

Talvez seja o meu lado político falando, mas eu considero o tema mais relevante e atual entre os indicados. A história do jornalista Edward Murrows combatendo a paranóia McCartista com palavras do próprio senador McCarthy é mais atual do que nunca. Troque "comunismo" por "terrorismo" e temos aí o inimigo numero um da "América".

A escolha de George Clooney em utilizar imagens de arquivo do senador MaCarthy é arriscada, mas ele consegue mesclar essas imagens com o resto do filme perfeitamente. O roteiro, contudo, cria um par de tramas paralelas pouco interessantes, mas de alguma forma relacionadas com a ética jornalistica que o filme passa.

Dá vontade de desmascarar pessoas na televisão.


Capote (Capote)

O filme é sobre a pesquisa do escritor americano Truman Capote, um dos poucos homessexuais assumidos da época, em cima do assassinato de uma família no Kansas por dois homens, que resultaria no seu livro de maior sucesso "A Sangue Frio". Eventualmente os assassinos são pegos e condenados a morte, então o escritor se aproxima de um deles, Perry Smith, e ganha a sua confiança, devido a sua infâcia semelhante.

A atuação de Philip Seymour Hoffman é espetacular. Muitos não consideram um mérito tão grande interpretar alguém famoso, que possui uma voz e trejeitos tão peculiares como Capote, em contraste a criar um personagem a partir do papel, mas o seu Capote é fascinante. Arrogante, egocentrico, manipulador e ambicioso. Notamos como o escritor luta em sua tentativa de usar Perry para alcançar as suas ambições e ainda assim continuar seu confidente. Alguns pequenos pecados do filme foram omitir o conhecido relacionamento amoroso entre Truman e Perry e a sutil humanização dos assassinos. Mas quem sou eu pra julgar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ah, eu nem vi nenhum dos três. :( E aí, vamos ver "A era do gelo 2" dia 31? haha
abraços _o/

Anónimo disse...

idem brother acima :~